Hoje em dia é necessário fazer esse questionamento antes de suspeitar que uma criança seja hiperativa. Com a intensa rotina de trabalho dos pais, o tempo com os filhos fica diminuído e é comum que nestes momentos eles sejam mais permissivos com as crianças. A maioria das pessoas que passa muito tempo longe da criança, não quer fazer o papel considerado "chato" de dizer não e colocar limites. Todo mundo quer ser legal a maior parte do tempo. Mas isso é um perigo.
O Limite tem que ser dado pelos pais. Não adianta a avó, a babá ou a professora tentar fazer esse papel, pois as crianças sabem quem são os seus responsáveis e cada um tem a sua função. Não é recomendável que ninguém assuma o papel de ninguém.
Muitas vezes a criança age de maneira impulsiva, porque não aprendeu a controlar os seus próprios impulsos. Às vezes, é agitada, porque não aprendeu que é desnecessário ter pressa para aproveitar todas as situações novas como se fossem as suas últimas possibilidades de diversão. Outras vezes é agressiva, porque acha que não há problema algum em agredir um amiguinho, correspondendo ao seu desejo imediato. Em muitos casos ela acaba sendo taxada indevidamente de hiperativa.
O transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um problema muito sério e um diagnóstico que requer muito cuidado. Recomenda-se que a criança seja observada por um psicólogo clínico infantil e avaliada por um neuropediatra e um psiquiatra.
Ao suspeitar que uma criança possa ter transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, durante seis meses consecutivos, observe se ela apresenta as seguintes características:
-apresenta movimentação constante, mexendo em tudo sem motivo aparente;
-tem dificuldade para envolver-se em brincadeiras;
-é muito impaciente e muda de atividade com frequência;
-na sala de aula, levanta-se da cadeira em momentos impróprios;
-não consegue permanecer sentada para assistir televisão por mais de quinze minutos;
-apresenta incapacidade para focar a atenção nas atividades;
-fala demais e rápido, mudando sempre de assunto sem concluir o pensamento;
-não tolera frustração e tem dificuldade em acatar ordens;
-tem pouca noção de perigo;
-distrai-se com facilidade e não termina a tarefa no tempo previsto;
-sente dificuldade em relacionar-se com familiares e amigos;
-apresenta baixa auto estima.
Geralmente, o tratamento da hiperatividade combina psicoterapia e medicamento, além de um redirecionamento da energia da criança, que deve se voltar para esportes e cursos que sejam dinâmicos.
Este distúrbio é considerado um desvio de comportamento, é mais comum em meninos e atinge 10% das crianças da educação infantil. Felizmente, boa parte das crianças sem limites e desatentas não apresenta o distúrbio.
Por que isto acontece?
O primeiro e maior desafio é realizar o diagnóstico precoce, pois ainda não existe um exame laboratorial ou de imagem que comprove o problema. Só uma equipe multidisciplinar consegue avaliar o grau da disfunção.
Diagnosticar um transtorno tão grave como este virou moda. Em vários casos, os adultos não conseguem colocar limites e as crianças são rotuladas de hiperativas. Costumam sofrer com a agenda lotada, falta de espaço físico para brincar e descarregar suas energias e com o pouco tempo disponível dos pais. Nestes casos é recomendável que a criança faça psicoterapia para que os pais possam ser orientados a como lidar com suas dificuldades de comportamento e para que a rotina familiar seja reorganizada.
Enquanto muitas crianças agitadas ou bagunceiras são tachadas de hiperativas, equivocadamente, e podem sofrer com esse rótulo, outras, hiperativas de verdade apresentam o distúrbio.
Finalizando, é preciso muita observação e cautela antes de afirmar que uma criança é hiperativa ou mal educada. Na duvida, é recomendável buscar ajuda profissional.
Fonte: Psicologia na Escola de Viviane Rossi (Psicóloga Clínica Infantil)
Imagens: Promograf
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